Monday, July 31, 2006

Poeta Iraquiano

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Poesia Árabe
علي أحمد سعيد - أدونيس
لون الماء *
الوقت *
محمود درويش
السروة إنكسرت*
لي حكمة المحكوم بالإعدام *
عابرون في كلام عابر * أربعة عناوين شخصية *
درس من كاما سوطرا * أنا يوسف يا أبي *
الكَمَنجات*
نزار قباني
كتاب الحب (قطع)*
حقائب البكاء*
بدر شاكر السياب
شباك وفيقة *
جبرا إبراهيم جبرا*
خرزة البئر *
قبية*
قاسم حداد
ظلامٌ عليك أيها الجبل *
معين بسيسو
ثلاثة جدران لحجرة التعذيب *
سعدي يوسف
منطق الطَّيْطَوَى*
أمي، قالت لي يوما *
إلى زوّار غربيين *
سركون بولص
بورتريه للشخص العراقي في آخر الزمن *
مرثية إلى سينما السندباد *
المرأة الجانحة مع الريح *
محلولة، سلفا، كل الأحاجي *
ظبية خميس
طقس أبيض
BADR SHAKIR AL SAYYAB (1926-1964)
Poemário: A CASA DOS ESCRAVOS (1963)

Traduzido do castelhano por Fernando Gregório



TESTAMENTO DE UM AGONIZANTE

Silêncio! O silêncio dos cemitério nas vossas tristes ruas.
Eu clamo, grito, lamento-me nas vossas tristes ruas
a neve solene espalhada pelas sombras,
aí onde se repetem os passos solitários comidos pelos ecos
da cidade, como se fosse uma besta de ferro e de pedra.
Devorada fora a vida e nada restava entre a tarde e o dia.
Onde está, o Iraque? Onde está o sol das manhãs, transportado pelos barcos?
Sobre a água do Tigre e do Eufrates? Onde estão os cantos
que palpitam como se fossem asas de pombas sobre as espigas e as palmeiras,
abraçando cada casa no ar liberto,
em cada colina coberta pelas flores das planícies?
Se agora morro, pátria, não desejo mais que
uma sepultura nos teus tristes cemitérios, mas se me salvo,
não peço à vida nada mais do que uma cabana no campo.
Pelos teus desertos infinitos, para fim das desgraças,
daria eu a ruas e os bairros de Londres.
Talvez morra amanhã: o mal corta sem contemplações
a corda que ata a vida
e os escombros do meu corpo, como uma casa
de muros gastos pelo vento e pelo tecto perfurado pelas goteiras.
Irmãos, dispersos do sul até ao norte
pelos caminhos, planícies e altas montanhas,
filhos do meu povo nas aldeias e amadas cidades,
não esqueçam jamais os dons do nosso Iraque,
haveis habitado o melhor país, entre o verde e a água:
O sol, a luz de Deus, inundam-no de verão e de Inverno,
não o troqueis por outro.
Este é um paraíso: mas cuidado com a víbora que procura a sua fertilidade.
Eu estou morto, e um morto não mente. Renego qualquer pensamento
se não nasce na fonte límpida dos nossos corações.
Resplendor do dia, inunda o Iraque,
porque o barro e a água do Iraque são o mais profundo do meu corpo.
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