Friday, November 11, 2005

poema



O SILÊNCIO
Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,
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e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,
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quando azuis
irrompem os teus olhos
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e procuram nos meus
navegação segura,
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é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,
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pelo silêncio fascinadas.
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Eugénio de Andrade
(OBSCURO DOMÍNIO)

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