Saturday, December 24, 2005

POEMA




Foi então que a luz vacilou numa
trégua indiferente,
posso esperar perpetuamente
e esta a casa permanecerá despojada.
...

Porque o vento derrotou as candeias,
sobre os sorrisos depositaram-se cinzas,
e não serão as palavras idóneas
para florescer sobre tal devastação.
...

Não serão igualmente as primaveras,
nem o fogo redentor sobre os ombros,

pois este é o mês em que toda a luz
foi ferida pelo negro punhal do tempo.
...

E em que o sangue se questionou demandando
a sua fonte primeira onde a dor superou a luz,
sobre o vazio que me habitou as mãos.



Fernando Gregório
Em memória de minha mãe.


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