
Friday, April 28, 2006



Grupo Municipal do Bloco de Esquerda
Moção
O Grupo Municipal do BE
João Vasconcelos
Luísa Penisga
Moção
Por um Conselho Municipal de Imigrantes e Minorias Étnicas
Muitos imigrantes, além de serem vítimas da miséria e até da repressão que grassam nos seus países de origem, acabam por cair nas redes de tráfico de mão-de-obra ilegal, na ganância de empregadores sem escrúpulos e até são alvo de actos de xenofobia, racismo e legislação discriminatória nos países de destino. Inclusivamente, não sabem os direitos de que dispõem e muitas iniciativas para os esclarecer da parte de diversos organismos têm-se mostrado insuficientes.
Torna-se premente contribuir para a integração dos imigrantes no espaço de convívio, tolerância e universalismo que está presente na Constituição da República Portuguesa. Devemos contribuir para uma política de imigração justa e humana, que reconheça a igualdade de direitos à cidadã e ao cidadão imigrante e a diversidade cultural como fonte de enriquecimento do desenvolvimento civilizacional. A imigração, que ajuda a rejuvenescer a nossa sociedade, não constitui uma ameaça à identidade cultural desta, antes representa uma oportunidade de melhorar a nossa cultura.
Muitos imigrantes vêm para a nossa terra na esperança de encontrar uma forma de sustento para si e para as suas famílias, em melhores condições do que aquelas que dispõem nos seus países de origem. E como também contribuem para o desenvolvimento do nosso Concelho, devem usufruir de condições de vida e de trabalho dignas, estáveis e legais.
Pelo acima exposto, esta Assembleia Municipal solicita à Câmara Municipal que implemente a criação de um Conselho Municipal de Imigrantes e Minorias Étnicas, que contribua para a sua legalização, trabalho com direitos, residência e agrupamento familiar, cultura e integração.
O Grupo Municipal do BE
João Vasconcelos
Luísa Penisga
Thursday, April 27, 2006
IRAQUE

Dois soldados italianos e um romeno morreram e outros dois italianos ficaram feridos com gravidade num ataque contra uma coluna militar na região iraquiana de Nassiriyah.
Depois de ter sido avançado inicialmente que no ataque tinham morrido quatro militares italianos, um comunicado oficial corrige agora esse número e especifica que morreram dois militares italianos e outros dois ficaram gravemente feridos.
O NEO-LIBERALISMO CHEGA ÀS PRISÕES

As prisões como oportunidade de negócio!!
Monday, April 24, 2006

Av. da República, 168, Loja 4
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Tel. 289829700; www.bloco.org/algarve
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Portimão, 23 de Abril de 2006
À atenção da comunicação social
Assunto: AMAL reprova os brutais aumentos do tarifário da água no Algarve
Na sua sessão ordinária de 20 de Abril a Assembleia Metropolitana do Algarve (AMAL) aprovou uma moção apresentada pelo representante do Bloco de Esquerda, em que “reprova os aumentos exorbitantes [da água] já implementados, ou a implementar do tarifário da água e do saneamento nos Municípios do Algarve, apenas admitindo que os mesmos possam chegar aos índices da inflação prevista para o corrente ano.” (Em anexo segue moção aprovada pela AMAL).
Tratou-se de uma importante vitória conseguida pelo BE num órgão político regional em prol dos cidadãos algarvios, o que prova que o caminho para o financiamento das autarquias e a racionalização do consumo da água não são os brutais aumentos do seu tarifário, da ordem dos 20% ou mais, como algumas Câmaras pretendem aplicar (17% da água e 100% do saneamento em Portimão, etc.), o que assume “dimensões de um autêntico escândalo e de mais uma grave penalização para as famílias e os cidadãos algarvios, em particular os de menores recursos”. Mais à frente diz-se que “as Autarquias do Algarve deverão adoptar uma política de racionalização do consumo da água por outras formas (…), começando por combater os desperdícios e fugas da mesma e implementando um sistema de reutilização das águas residuais”.
Na mesma sessão da AMAL, o representante do BE apresentou uma declaração política sobre o PROTAL, em que defende que a revisão deste documento estratégico para o Algarve deverá ter a mais ampla participação das entidades sociais, culturais, económicas, políticas e dos cidadãos em geral da Região; limitar e até impedir a construção de novas frentes urbanas, em particular no litoral; travar a desertificação ecológica e humana do interior; contrariar a situação de abandono em que se encontram as áreas naturais e protegidas, com graves prejuízos para as populações locais e, deverá promover a solidariedade e coesão regional.
Esta Coordenadora Distrital, lamenta que a Assembleia Metropolitana tenha rejeitado uma outra moção apresentada pelo Bloco de Esquerda, em que se pedia que o governo de Sócrates “adopte uma moratória em todas as áreas ministeriais, sobre o encerramento de todos os serviços públicos, incluindo o fecho anunciado do Serviço de Atendimento Permanente nocturno do Centro de Saúde de Silves”, até à aprovação, também pelo governo, de um “Mapa Nacional dos Serviços Públicos Essenciais”, o que demonstra que PS e PSD se uniram num verdadeiro bloco central contra os interesses e reivindicações das populações algarvias e em particular dos cidadãos de Silves.
Desde já, esta Comissão Coordenadora apresenta os seus cumprimentos a toda a comunicação social, solicitando a divulgação deste comunicado de imprensa.
A Comissão Coordenadora Distrital
do B E - Algarve
Friday, April 21, 2006
25 de Abril

25 de Abril de 1974
O fim de uma ditadura de quase 40 anos
COMEMORAÇÕES POPULARES DO 25 DE ABRIL DE 2006
APELO À PARTICIPAÇÃO
Neste mês de Abril decorrem trinta e dois anos sobre a revolução dos cravos, que devolveu a liberdade aos portugueses, e trinta anos sobre a aprovação do texto constitucional, que lhes restituiu a qualidade de cidadãos de pleno direito.
antecedentes, irão desfilar entre as Praças do Marquês de Pombal e do Rossio, reiterando, desse modo, o seu compromisso de não baixarem os braços na luta pela edificação de um futuro melhor para a nossa terra.
Wednesday, April 19, 2006
ANGOLA

Na sua deslocação a Angola José Sócrates fez-se acompanhar por 10 membros do seu governo e por 70 dos maiores empresários do nosso país. Nesta “corrida de fundo e com pesos pesados” ao país de José Eduardo dos Santos, muitos interesses estão em jogo, essencialmente políticos e económicos.
Depois de 40 anos de guerra e de 4 anos de paz, Angola perfila-se como um dos centros bem atractivos para o investimento estrangeiro e os homens de negócios portugueses não querem perder esta oportunidade numa região onde abunda o petróleo, os diamantes… e também a corrupção. A privatização da economia angolana nos moldes da globalização “selvagem” neo-liberal é do agrado da banca e das grandes construtoras, assim como do governo Sócrates. Lá como cá, a receita é a mesma: liberalização e desregulação (se é que ainda há algumas regras) da economia, exploração intensiva de mão-de-obra, salários baixos e chorudas negociatas.
Sócrates e os grupos empresariais portugueses (tal como os grupos concorrenciais estrangeiros) sabem quanto poderão valer as privatizações angolanas nos sectores da construção, energia, telecomunicações e outros negócios. Sócrates, os seus ministros, secretários de Estado e respectiva comitiva empresarial só se preocuparam com os milhões angolanos. Nem uma única palavra se ouviu a respeito da defesa dos direitos humanos que não existe em Angola, ou sobre o governo corrupto de José Eduardo dos Santos.
Como se sabe, José Eduardo dos Santos é um dos homens mais ricos de África e a sua família, os seus ministros e generais controlam praticamente todo o tecido económico e empresarial angolano. A par de toda esta riqueza abjecta e imoral, em que o governo dispõe de uma soma global de 12,5 mil milhões de euros provenientes da exploração petrolífera para gastar todos os anos ao longo da próxima década, existem milhões de angolanos que apenas possuem um euro por dia para gastar. Em Luanda podem observar-se condomínios de luxo, dotados de piscina, no meio de musseques onde falta a água e alastra a epidemia de cólera.
José Eduardo dos Santos e o seu governo terão de andar depressa. O povo angolano já não aguenta mais a miséria, o desemprego, a falta de água e de luz, a falta de educação e dos cuidados de saúde, a ausência de liberdade e de democracia. À semelhança de tantos países africanos, Angola poderá ser palco de violentas explosões sociais, o que adiará mais uma vez o regresso dos empresários portugueses e de outros nacionais, quiçá à procura de alguma quimera neo-colonialista.
Obs: este artigo foi publicado no jornal Barlavento, no dia 13 de Abril de 2006.
Tuesday, April 18, 2006

COMISSÃO NACIONAL AUTÁRQUICA
Síntese da reunião-realizada em Leiria no dia 8 de Abril
1. Informações
No ponto das informações, refira-se que o Bloco teve um encontro com o Secretário de Estado do Ordenamento do Território (João Ferrão) a manifestar preocupações sobre algumas notícias que vieram a público relativas à municipalização da REN e da RAN. Há um estudo de Sidónio Pardal a defender essa municipalização. João Ferrão diz que é contra a municipalização, mas que deverá haver alguma flexibilidade, que fez proposta à ANPP para uma regionalização da REN (a RAN será da competência do Ministério da Agricultura), que deverão ser as CCDR’s a tratar dessa matéria. Naturalmente que a ANPP está contra a proposta do Secretário de Estado, pois defende é a municipalização – percebe-se porquê.
Sobre a questão dos Governos Civis (diz-se que o Governo recuou nesta matéria), João Ferrão diz que há uma Comissão a estudar o assunto. E que há um compromisso da parte do Governo para avançar com a Regionalização a partir da próxima legislatura (devem ser as 5 Regiões já avançadas – as chamadas NUTS II: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve). Já agora, sobre a Regionalização o Bloco pouco avançou e a sua proposta é a destas 5 Regiões, com eleição dos órgãos.
Outra questão onde o Bloco manifestou uma forte preocupação tem a ver com as iniciativas imobiliárias, como por exemplo na mata de Sesimbra, onde se fala que ali poderá surgir a 1ª eco-cidade do mundo, ocupando mais de 1 milhão de metros quadrados – há um projecto nesse sentido. (A mata ocupa cerca de 50% do Concelho de Sesimbra). João Ferrão manifestou preocupação sobre o assunto mas não soube dizer mais nada.
Da parte do Bloco vai haver um Manual do Autarca e uma Base de Dados dos autarcas (do Bloco).
Sobre a política de ordenamento do território, além dos PDM’s, PROT’s e outros Planos, existe um projecto de Doc. que é o topo da arquitectura de tudo isto e que parece que se encontra em fase de discussão pública!?, está na Internet e pode ser consultado, é o PROPOT-Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, (do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), podendo ser consultado o site DGOTDU!?, da Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano.
2. Encontro das Interioridades
§ Este Encontro realiza-se em Guarda, no próximo dia 22 de Abril subordinado ao título O Povo do Interior tem Direitos. Este Encontro será aberto a todos os aderentes do BE, em particular dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja.
§ Segundo projecções do INE, calcula-se que no conjunto das sub-regiões (NUTS III) – Douro, Alto Trás-os-Montes, Pinhal Interior Norte, Pinhal Interior Sul, Serra da Estrela, Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Alto Alentejo, Alentejo Central e Baixo Alentejo, se verifique uma perda de 120 mil residentes até 2020, com consequências económicas, sociais e ambientais devastadoras.
§ Tendo em conta a reestruturação das redes de serviços públicos anunciada, o Bloco propõe que o Governo adopte duas medidas imediatas:
a) Elaboração de um Mapa Nacional dos Serviços Públicos Essenciais, transversal a todos os ministérios, segundo princípios de proximidade, racionalidade e de promoção da coesão nacional.
b) Uma moratória, em todas as áreas ministeriais, sobre todos os encerramentos de serviços públicos, até à aprovação do Mapa de Serviços.
§ Este Encontro envolverá cerca de 70 pessoas.
§ A seguir haverá uma iniciativa parlamentar do Bloco sobre este assunto.
3. Jornadas Autárquicas
§ Estas Jornadas Autárquicas mais não serão do que um Encontro Nacional Autárquico do Bloco. Realizam-se em Lisboa, no Hotel Zurique, nos próximos dias 6 e 7 de Maio – tarde e noite de Sábado e manhã de Domingo.
§ Formato: os trabalhos decorrerão em mesas de debate duas a duas, na tarde de Sábado e na manhã de Domingo. O fim de tarde de Sábado destina-se a oficinas para discussão de casos concretos. A noite é um espaço de festa.
§ Sobre preços e apoios segue proposta anexa. Podem participar nas jornadas autarcas e não autarcas do Bloco. Brevemente chegarão fichas de inscrição.
§ Os temas propostos para as mesas serão os seguintes:
a) Financiamento das autarquias – Sábado à tarde.
b) Recursos naturais – Sábado à tarde.
c) Serviços sociais – Domingo de manhã.
d) Ordenamento do território – Domingo de manhã.
Oficinas: Apresentação de casos com que autarcas do Bloco se têm confrontado, narrativa dos percursos políticos percorridos. Estão previstas oficinas como “experiência com comunidade cigana”, “violação do PDM na Madeira”, talvez uma outra sobre o desenvolvimento regional, etc.
§ No Sábado de manhã teremos um Plenário, com 2 ou 3 intervenções e as oficinas terão lugar apenas no final da tarde de Sábado. No Domingo Francisco Louçã encerra as Jornadas.
§ Temos já alguns nomes convidados para participar nas Jornadas: Paulo Trigo, Susana, da “Nova”, Carlos Matias, Mário Vale!?, Maria João Freitas!?, do INH, Carlos Cabrita (com as energias alternativas (tema dos recursos naturais). Podemos convidar outros, como o Cabeleira, Fernando Pessoa, etc.
§ As Jornadas Autárquicas têm por objectivo estabelecer um espaço de debate em torno dos eixos políticos que constituem a linha de coesão entre @s autarcas do BE; melhorar a capacidade propositiva comum; permitir o diálogo em torno de experiências concretas – estúdios de caso, e proporcionar um melhor conhecimento mútuo entre @s autarcas do BE.
§ Os trabalhos das Jornadas decorrem sob o signo da Agenda 21 Local, na conjugação entre preocupações de carácter ambiental e de promoção de instâncias de participação popular, bem como da preocupação em desenhar o terreno político para o poder local tendo em atenção o esvaziamento do papel social do Estado e a necessidade de estruturação das redes sociais.
Portimão, 11 de Abril de 2006
Comissão Nacional Autárquica do BE
João Vasconcelos
Monday, April 17, 2006
Caros amigos:
Mais uma vez o Bloco está de parabéns em Portimão, pois além de "obrigar" à realização de uma Assembleia Municipal Extraordináia para discutor a situação da Ria de Alvor, foi a única força política a apresentar uma Moção sobre o assunto (além da discussão que se gerou). Depois de um aceso debate e para que a mesma fosse aprovada pela Assembleia, foram feitas algumas alterações e acrescentos,que não desvirtuam a Moção inicial,(depois de 2 interrupções dos trabalhos e de "duras" negociações), sendo então aprovada por unanimidade e subscrita por todos, excepto a CDU. Trata-se de uma vitória importante.
Seguem em anexo as Moções.
Saudações bloquistas.
João Vasconcelos
PROTAL

Caro amigo.
O Protal constitui um importante documento sobre o ordenamento do território e sobre opções estratégicas do desenvolvimento regional que importa aprofundar.
Este documento está já em debate público seja ao nível das Assembleias Municipais, seja no seio de organismos e instituições do distrito, nas quais todos participamos em diferentes medidas. Diferentes responsáveis políticos e organizações partidárias expressaram já opinião.
Para permitir o aprofundamento e o desenvolvimento de uma posição do BE sobre este documento, entendemos de grande importância promover um encontro que possibilite um debate com pessoas que do ponto de vista profissional e académico possuem um conhecimento e reflexão crítica sobre o assunto e outros elementos do BE com intervenção política ao nível local ou dos orgãos autárquicos.
A reunião terá lugar na próxima terça feira, 18 de Abril, às 21.30 horas numa sala do Instituto da Juventude, em Faro.
Consideramos a sua participação um importante contributo, como solicitamos que nos sugira outros contactos que entenda que apreciariam partilhar a sua experiência com o Bloco de Esquerda.
Moção proposta pelo BE Portimão

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE PORTIMÃO
Grupo Municipal do Bloco de Esquerda
Considerando que:
Os acontecimentos que ultimamente envolveram a Quinta da Rocha, como remoção de terrenos, terraplanagens, arranque e queimadas de coberto vegetal e outras intervenções à margem da lei, poderão ter levado à destruição e afectado gravemente habitats e espécies prioritárias protegidas, esta Assembleia Municipal Extraordinária propõe:
1. Uma condenação de forma veemente e inequívoca dos responsáveis por tais intervenções;
2. Devido a um conjunto de contradições, omissões e confusões existentes, que toda esta situação seja devidamente clarificada pelas entidades oficiais competentes;
3. Exigência de reconstituição do sapal destruído e outras intervenções ilegais, às custas do proprietário, com acompanhamento de técnicos oficiais e das associações ambientalistas;
4. Qualquer projecto futuro a implementar na zona da Ria deverá obedecer estritamente a todos os parâmetros legais e ser devidamente acompanhado pelas entidades e técnicos oficiais e das associações ambientalistas.
O Grupo Municipal do B E
Obs: Esta foi a Moção sobre a Ria de Alvor apresentada inicialmente pelo B E e que foi objecto de algumas alterações e acrescentos na Assembleia Municipal.
LISTA A Para a coordenadora distrital
Lista A - Lista ordenada de candidatos:
1. João Romão
2. João Vasconcelos
3. Clara Pereira
4. Carlos Cabrita
5. Susana Gomes
6. Vidal Marreiros
7. Manuel Ruivo
8. Alice Tristany
9. Joaquim Mealha
10. Luisa Penisga
11. Birgit Herbers
Lista A - Programa de candidatura
Por um Algarve sustentável e participativo
governações: as regras do mercado que foram assinalando a morte das indústrias são as
mesmas que fizeram o betão alastrar pela costa do Algarve, destruindo ecossistemas,
promovendo a degradação da qualidade de vida, acelerando a desertificação do interior e
engordando banqueiros e patos-bravos. Um ano de governo socialista já mostrou que nos
próximos dois anos nos espera mais da mesma cartilha liberal: redução de serviços públicos,
crescimento urbano desnecessário, débeis políticas sociais ou precarização ainda maior de um
emprego já fortemente sazonal.
Construir uma alternativa para a região obriga-nos a uma discussão alargada e participada de
outras propostas de desenvolvimento, mobilizadoras da população e interveniente sobre as
grandes questões que se colocam ao Algarve. O Bloco deve promover a intervenção política
autónoma dos seus aderentes, no movimento associativo, no sindicalismo ou na comunicação
social, e promover debates e iniciativas abrangentes que permitam confrontar as nossas
perspectivas e propostas com as de outros sectores da sociedade. A partilha de informação e a
organização de uma rede de activismos locais e temáticos melhorará a nossa capacidade de
intervenção e esse é o principal desafio organizativo que enfrentamos nos próximos dois anos.
Uma região desigual
O Algarve é uma região de contrastes: o litoral é sobre-ocupado e o interior desertificado, o
barlavento concentra mais de 80% das empresas e da população da região, em poucos minutos
atravessamos bairros degradados ou resorts de luxo.
O Algarve é uma região global: as condições climatéricas e paisagísticas da região tornaram-na
uma referência nos mercados turísticos mundiais (primeiro com o "sol e praia" e agora com o
golfe), o movimento imigratório foi muito significativo na última década (e permitiu um crescimento
da população residente que não teria existido na sua ausência) e os fluxos de capitais
estrangeiros são intensos.
Após a decadência da actividade pesqueira e das indústrias associadas, o Algarve assumiu, a
partir dos anos 60 e 70, uma especialização mal planificada no sector do turismo, fortemente
vinculada à especulação imobiliária, explorando intensivamente o território, promovendo uma
sobre-utilização de recursos e gerando significativos impactos negativos sobre o ambiente.
Apesar dessa expansão imobiliária, nem sempre é fácil às jovens famílias algarvias encontrar
soluções de habitação: a cada vez maior utilização de segundas residências no Algarve provoca
aumentos incomportáveis de preços, tendo em conta a precaridade dos vínculos laborais da
maior parte dos jovens. Intervir sobre o parque habitacional degradado promovendo o mercado
de arrendamento a baixo custo para os jovens residentes pode preservar os empregos na
construção civil e evitar o contínuo crescimento das áreas urbanas a que temos assistido,
contribuindo para a fixação da população jovem.
A sazonalidade da actividade turística faz com os níveis de emprego baixem significativamente no inverno, ainda que a maior parte das empresas consiga manter-se em actividade durante todo o ano.
actividades de construção civil ligadas à especulação imobiliária.
A diversificação de actividades turísticas a que temos assistido até hoje está quase reduzida à
implementação de campos de golfe. Ainda que o Algarve se tenha rapidamente tornado um dos
destinos turísticos de referência mundial neste segmento, a generalização massificada desta
actividade (como a que tem ocorrido no barlavento, onde já há 28 campos) traz importantes
consequência negativas sobre alguns recursos, sendo o caso da água o mais grave e evidente.
Outros produtos turísticos - não massificados e geradores de actividade em períodos diferentes
do Verão -parecem ter grande potencial de desenvolvimento na região, ainda que o seu
aproveitamento seja incipiente (com excepção do turismo associado aos estágios desportivos de
competição): o turismo de congressos, o turismo rural, o turismo cinegético, o turismo activo
associado a práticas desportivas ou o turismo da natureza.
Os desafios que se colocam ao desenvolvimento da economia do Algarve prendem-se com a
diversificação da sua base produtiva (actividades inovadoras ligadas à agricultura e pesca,
desenvolvimento de indústrias alimentares), com a preservação dos empregos na construção civil
(orientando a sua actividade para a recuperação do parque habitacional degradado), com a
qualificação e diversificação dos serviços prestados no sector do turismo (produção e
comercialização de produtos artesanais, actividades de lazer e animação, oferta cultural,
comércio, restauração) e com o aproveitamento das energias com fontes renováveis, como o sol,
as marés ou o vento (promovendo a produção para auto-consumo e a investigação científica e
tecnológica associada à exploração energética).
Intervir na região e em cada local
Os instrumentos de ordenamento territorial, enquanto síntese territorial de modelos de
desenvolvimento e de intervenção sobre a sociedade, devem ser objectos de trabalho prioritários
na actividade do BE. Esses instrumentos têm âmbito regional ou sub-regional (PROTAL, Áreas
Protegidas) ou municipal (Planos Directores Municipais, Planos de Urbanização). Importa
promover o máximo de discussão e circulação de informação sobre estes temas, de forma a
melhorar a nossa capacidade e coerência de intervenção, quer a nível regional, quer a nível local.
A política regional tem em Portugal um défice de visibilidade pública que resulta da fraca
relevância política dos organismos que a executam: CCDR's, direcções e delegações regionais
dos ministérios ou a AMAl carecem da legitimidade que lhes seria atribuída por um processo
eleitoral. No entanto, existem importantes orientações de política comunitária, que abrem
oportunidades de intervenção pouco discutidas ou avaliadas. Romper com este obscurantismo e
tomar posição sobre a execução das políticas regionais no Algarve (desde os critérios para a sua
programação à efectiva execução dos programas) deve ser uma preocupação da estrutura
regional do BE. O Bloco de Esquerda promoverá a defesa de métodos de gestão participada nas
autarquias e a concretização do processo de regionalização.
As flutuações anuais da precipitação não devem ser álibi para uma inadequada gestão da água,
quer enquanto recurso relativamente escasso na região, quer enquanto objecto de consumo da
população local e visitante. Devem promover-se processos de rega poupadores de água na
agricultura, exigir processos de recuperação nos campos de golfe, evitar a expansão de grandes
áreas arrelvadas (não só o aumento dos campos de golfe, mas também a generalização do
modelo habitacional da vivenda com jardim e piscina) ou exigir a construção e bom
funcionamento das estações de tratamento). Estas questões de âmbito regional podem,
naturalmente, colocar-se de forma diferente em cada local.
O Algarve continua a ser uma região com enormes carências infra-estruturais, nomeadamente
nos transportes (circula-se de automóvel, sem alternativas relevantes a nível regional), na
prestação de cuidados de saúde (quer a nível hospitalar, quer a nível do apoio domiciliário), no
apoio à infância. É reduzida a promoção da produção cultural local (que poderia ser importante
elemento de valorização da oferta turística) e são praticamente inexistentes os serviços ou
iniciativas de apoio à integração das comunidades imigrantes. Estes são aspectos que podem ter
diferente importância a nível local, mas que devem ser objecto de análise e intervenção regional.
Criar uma rede sistemática de activismos locais
A partilha sistemática de informação facilita uma rápida aprendizagem das possibilidades de
intervenção e contribui para a melhoria das nossas propostas. Em consequência, as posições
assumidas pelo BE, quer a nível distrital, quer a nível local, quer a nível dos grupos temáticos,
devem ser amplamente difundidas entre as várias estruturas regionais. A possibilidade de
circulação da informação através da internet (gratuita e de acesso instantâneo) deve ser
assegurada pela estrutura distrital e complementada com discussões em plenários ou reuniões de
âmbito regional ou sub-regional, promovendo, também uma maior articulação nas intervenções
autárquicas na região.
Além dessa comunicação "interna", o Bloco deve promover a máxima comunicação "externa",
aproveitando as oportunidades de intervenção autónoma dos seus aderentes através dos orgãos
de comunicação social. A criação de grupos de trabalho autónomos para intervenção em áreas
específicas é outra condição necessária para a melhoria da nossa intervenção, tal como o rigor e
a transparência dos movimentos financeiros, quer a nível local, quer a nível regional. Contas
Claras e Olhos nos Olhos, portanto!

Jornadas Autárquicas do Bloco
Constituindo o primeiro encontro a nível nacional dos autarcas eleitos pelo Bloco, após as eleições autárquicas de Outubro passado, as Jornadas procurarão ainda melhorar a capacidade propositiva comum e permitir o diálogo a propósito de experiências concretas.

Os/as imigrantes protestam contra o projecto de lei 4437, aprovado pela Câmara dos Representantes (deputados), que determina que todos/as imigrantes ilegais dos Estados Unidos sejam deportados/as.

503 cidadãos da UE cadastrados por "engano"
Friday, April 07, 2006
França...a revolta desceu à rua..!

França
O Movimento continua
Para surpresa geral, as mobilizações de 4 de Abril tiveram pelo menos tanta gente como as da semana anterior.
A manobra desesperada de Chirac falhou clamorosamente. Nas ruas, a pressão para enterrar em devida forma o CPE não pára mais.
Para Villepin e Sarkhozy é o pesadelo. Ou recuam ainda mais e perdem. Ou não recuam mais e arriscam-se a perder tudo, mesmo os seus sonhos presidenciais.