Porque neles só sobrevive a partida
Quebram-se, por inactividade,
As amarras dos nossos cais.
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Dos seus estaleiros desvaneceu-se já
O perfume da madeira cortada.
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Agora apenas por lá deambulam
Os odores fortes das recordações,
Os odores fortes das recordações,
Desses tempos....
Em que ainda não “éramos”, os outros.
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Agora, já nem viajamos,....
E nem sequer ambicionamos sonhar
Com as viagens que nunca faremos.
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desistimos assim dos astrolábios,
desistimos assim dos astrolábios,
pois o acto de nos perdermos tornou-se
uma arte, porque nós
uma arte, porque nós
desocupamos à muito tempo as praias
da nossa infância...
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navegamos assim à vista, com a mágoa
atenuada de quem tem pouco a perder...
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nas nossas cartas naúticas
a solidão celebrou pois o domicílio
no irrevogável de um mar...
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...que desafia de maneira vã,
toda a mágoa das palavras...que nunca diremos...
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carlos sousa e fernando gregório
São da autoria de C.S. os versos iniciados com maiúscula, sendo os restantes de F.G.
São da autoria de C.S. os versos iniciados com maiúscula, sendo os restantes de F.G.
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