Thursday, February 15, 2007

PORTIMÃO - "SIM" ESMAGADOR.


Sim esmagador em Portimão


Mais de 72% dos portimonenses que foram votar disseram sim à despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas. Mas, tal como aconteceu no resto do país, também no concelho mais de metade do eleitorado (58.12%) optou por ficar em casa.
João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda, desvaloriza a questão da abstenção e diz que, em face da vitória do Sim, a Assembleia da República, deve "o mais rapidamente possível lançar a legislação que se impõe" e o Governo "tomar as medidas necessárias para que o sistema de saúde dê a resposta necessária às mulheres que decidam abortar". Com este resultado "foi dado um sinal positivo, de modernidade", vai fazer com que o país, a este nível, "entre no século XXI, pois na Europa apenas quatro países não tinham esta questão resolvida".

Para o resultado positivo do Sim, diz ter contribuído o facto "de o país ser hoje diferente do que era em 1998" e de ter havido "uma boa campanha" dos que defendiam a mudança da lei. Admite que José Sócrates, por ter participado na campanha, tenha também dado uma ajuda para este desfecho, mas, no Algarve, e em especial em Portimão, "no dia-a-dia, não se sentiu que o PS se tenha empenhado a fundo na campanha".
Do lado dos defensores do Não, o antigo líder distrital do CDS, Francisco Paulino, diz lamentar que os seus argumentos não tenham convencido a maioria dos portugueses e agora fica "expectante para ver o que o PS vai fazer em sede parlamentar para traduzir esta vontade popular em projecto de lei". Admite que "tenha havido algum confusão" por parte do eleitorado relativamente à forma como algumas pessoas defenderam o Não, mas diz que a ideia essencial que o movimento de que faz parte queria passar é que "devemos defender não só a vida da mãe como também a do feto que se está a desenvolver".

De qualquer forma e, apesar de "respeitar o voto dos portugueses", considera que faz todo o sentido que as pessoas que se uniram em torno desta causa "continuem a trabalhar no sentido de apoiar as mães em dificuldades e as mulheres grávidas que não sabem o que hão-de fazer".
Recorde-se que, a nível nacional, a taxa de votantes foi de 43,61%, tendo o Sim recolhido 59,25% dos votos expressos e o Não 40,75%. No Algarve, a abstenção foi maior, tendo apenas cumprido o seu direito cívico 38.81% dos recenseados.

No conjunto dos 16 concelhos, o Sim obteve 73.64% e o Não 26.36% dos votos.



João Vasconcelos

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