Friday, July 20, 2007

Volta a Portugal em Cadeira de Rodas


Volta a Portugal em cadeira de rodas contra a hipocrisia



Fonte: Jornal de NotíciasData: 16-07-2007



Autor: Miguel Rodrigues



Foi um alto quadro de empresas portuguesas.
Nas suas funções percorreu o Mundo, passando vários anos na Venezuela e Angola. Neste país, o elevadorque estavaa reparar esmagou-o contra o tecto, atirando José Lima para uma cadeira derodas. Agora, aos 52 anos, propõe-se atravessar Portugal num veículo especialem protesto contra "as gritantes desigualdades" que os cidadãos deficientes continuam a enfrentar."Não temos oportunidade para nada", diz, revoltado, José Lima, indicando oacesso ao emprego "Quando vamos a uma entrevista e nos vêem em cadeira derodas,ficamos sem hipóteses".



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Mas as queixas são bem mais numerosas: "Os comboios,com a excepção dos alfas e intercidades - os mais caros -, não têm acesso para cadeira de rodas. Nas estações, os funcionários não ajudam. Não consigoir de Viana ao Porto porque não há autocarros preparados, para não falar deoutras questões de acesso, que há muito se debate e pouco se viu fazer".

Por isso, José Lima vai atravessar Portugal, de Viana do Castelo ao Algarve,numa cadeira especial que lhe permitirá pedalar com as mãos.

"Faço-o paraqueos políticos sintam que nada fazem e para que a sociedade se deixe de hipocrisias, dando aos deficientes a plena igualdade de oportunidades".José Lima prevê efectuar o percurso em 21 etapas, percorrendo 35 a 40quilómetros por dia.



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Escreveu cartas a várias câmaras municipais solicitando apoiopara a dormida, mas poucas responderam até agora. Algo que não o desmotiva"Levo um saco-cama e dormirei na cadeira de rodas em frente à Câmara de cadacidade onde ficar", disse. A viagem só tem o apoio de uma empresa de Perafita, a "Prós Avós", que cederá a cadeira. O resto é por sua conta. Comos poucosrecursos que tem, José Lima tenciona sobreviver à aventura vendendo oslivros que publicou. "Basta vender dois ou três para comer.


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Mas não posso levarmuitos por causa do peso".

A escrita surgiu como oportunidade enquanto não arranja emprego. A falta de verba despertou o "engenho" e Lima montou, num dos quartos da casa, umamini-gráfica. "Faço todos os processos de criação do livro, desde a escrita, à impressão eencardenação", garante. Com duas publicações já no mercado, tenciona editaroutro título.

Depois, quem sabe se a história da sua aventura não estará nos escaparates das livrarias.
Texto enviado pelo amigo João Nunes

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